Por que você deve ser otimista com a inovação dos governos no Brasil?
Em dezembro, o BrazilLAB, hub de inovação que acelera soluções e conecta empreendedores com o setor público, divulgou o resultado de seu 4º Ciclo de Aceleração de GovTechs: ao todo, foram mais de 300 inscrições de startups interessadas em oferecer soluções ao setor público – 25% delas já vendendo para governos.
Considerando a estimativa de que 1500 startups atuem hoje no Brasil em temas relacionados ao governo, é possível dizer que o Programa de Aceleração é um relevante termômetro sobre o ecossistema de GovTechs. Somando todas as quatro edições, ao total já foram mais de 950 startups inscritas. O cenário é muito promissor.
Motivações para transformar os governos
Uma importante constatação sobre 2019 é que a transformação digital no Brasil já começou: hoje é possível realizar pedidos de aposentadoria, licença maternidade, carteira de trabalho digital e carteira de vacinação internacional pela internet ou por aplicativos de celular.
No entanto, a agenda da transformação não poderá se consolidar dentro do governo sem a participação de atores externos, que possam tanto garantir o cumprimento dos resultados, mas também trazer ideias inovadoras.
Dentre esses atores, os empreendedores de negócios B2G (business to government) são os principais: as suas startups trazem soluções disruptivas que pode transformar as estruturas burocráticas dos governos para trazer mais qualidade e eficiência aos serviços públicos. E o mercado das GovTechs traz cifras que impressionam: os negócios B2G podem movimentar US$ 400 bilhões até 2025. E mais: estima-se que, globalmente, a economia anual decorrente da digitalização do governo seja da ordem de US$ 1 trilhão.
Boas ideias de toda a parte
As inscrições para o Programa de Aceleração 2019 do BrazilLAB vieram de 23 Estados e Distrito Federal, com destaque para São Paulo, com 35% das inscrições, seguido do Rio de Janeiro, com 10%. Ao todo, 91 cidades brasileiras estão representadas. O número de inscrições internacionais também surpreendeu, já que este ano startups da Estônia, Colômbia, Finlândia, Argentina, Portugal e Índia também se candidataram ao Programa de Aceleração.
Foram selecionadas 28 startups que apresentaram soluções para os 3 desafios propostos: Smart Cities e UrbanTechs, Habilidades na Sociedade 5.0 e Eficiência na Gestão Pública. A maior parte das selecionadas (46,4%) têm atuado nos desafios da gestão pública, que envolve a busca de soluções não só para o Poder Executivo, mas também para o Legislativo e Judiciário.
Recebemos inscrições de projetos incríveis, como o da startup Colab (São Paulo, SP), que apostou no desenvolvimento de um canal de comunicação e relacionamento direto entre governo e cidadão. O aplicativo permite que cada cidadão possa registrar problemas da cidade – como uma lixeira quebrada, buraco na via, árvore que precisa de poda – compartilhando a informação para que a prefeitura possa encaminhar uma solução. Por sua vez, a Atlas.IA (Florianópolis, SC) criou a MAIA, uma solução baseada em inteligência artificial que pode ser aplicada no Poder Judiciário para dar maior agilidade na resolução de demandas repetitivas apresentadas aos Tribunais. Outro exemplo é a Parças – Developers School (São Paulo, SP), startup que implementa cursos de programação para adolescentes que estão no sistema socioeducativo, aliando a justiça restaurativa à tecnologia, educação e empregabilidade.
A missão do Programa de Aceleração do BrazilLAB é fomentar uma cultura de inovação no setor público, promovendo ferramentas para construir governos eficientes e que permitam que o cidadão seja o foco central das políticas públicas. As startups são essenciais para que essa transformação ocorra "de fora para dentro" e com a qualidade e rapidez tão necessárias para enfrentar os desafios mais urgentes de nosso país.
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