Congestionamentos custam R$ 98 bilhões a RJ e SP, como resolver?
Imaginemos que o ano é 2025. O número de carros particulares nas ruas é praticamente inexistente e todos os modais de transporte coletivo oferecidos pelo poder público são interligados – e alcançam todos os pontos da cidade. Por meio de um aplicativo no dispositivo portátil (será que ainda chamaremos de celular?), é possível ter acesso a horários e trajetos de todas as linhas de ônibus, solicitar paradas fora do ponto e ainda pedir, usar e pagar por outros tipos de serviços, como táxis, bicicletas e até carros compartilhados.
Em um país como o Brasil, onde apenas os congestionamentos de São Paulo e do Rio custam R$ 98 bilhões por ano, essa parece ser uma realidade distante. Mas não é assim para os moradores de Helsinque, capital da Finlândia. Um projeto, já em andamento, pretende disponibilizar aos habitantes de lá uma forma de transporte mais barata, rápida e personalizada – uma vez que permite escolher o tipo de transporte ideal para determinado deslocamento.
Com o crescimento e adensamento dos grandes centros urbanos, a mobilidade se tornou um problema multidisciplinar que deve ser encarado com seriedade. Além das perdas monetárias pela produção não concretizada e pelos gastos adicionais com combustível, calcula-se que moradores de grandes cidades gastam, média, um mês por ano no trânsito.
Em um mundo cada vez mais conectado, é possível afirmar que a solução para a crise de mobilidade passa pelo uso intensivo de tecnologia, pela criação de novos negócios e pela gestão urbana. Principalmente porque é possível observar uma mudança cultural das novas gerações no que diz respeito ao uso de meios de transporte alternativos e ao meio ambiente. A cada dia a população interage mais com o meio urbano e usufrui de diferentes meios de transporte tanto para trajetos de trabalho quanto de lazer.
Essa nova realidade tem estimulado o desenvolvimento de negócios que atuam nas áreas de mobilidade, logística e tecnologia. De acordo com um levantamento realizado pela aceleradora Liga Ventures em 2017, existem no Brasil pelo menos 193 AutoTechs (startups centradas em logística e deslocamento) desenvolvendo produtos que possam gerar impacto real nos problemas de mobilidade urbana.
Uma longa estrada de exemplos
É o caso da Cittamobi, um aplicativo que desde 2014 monitora frotas públicas em mais de 70 cidades do Brasil e informa a localização e hora de chegada dos ônibus; ou do Jaubra, app desenvolvido para atender a demanda de transporte na Brasilândia, periferia de São Paulo (onde outros aplicativos, como Uber e as bikes da Yellow, não costumam chegar).
Na área logística podemos citar ainda a Carbono Zero, que desde 2010 oferece serviços de entregas feitos por uma frota composta por bicicletas, motocicletas e furgões elétricos em São Paulo e Baixada Santista.
Esses são apenas alguns exemplos de soluções desenvolvidas por startups nacionais, mas se expandirmos os horizontes e observarmos os novos modelos de negócios aplicados e desenvolvidos em outros países, as possibilidades se multiplicam. Entender e aplicar esse potencial de soluções ao poder público para que a população brasileira possa se beneficiar dessas melhorias é o objetivo do BraziLAB.
Acreditamos que o modelo de negócio B2G (business to government) não deve ser um tabu junto às gestões públicas municipal, estadual ou federal. Afinal, o bem-estar do cidadão e o desenvolvimento da comunidade devem ser o motivo central das decisões de qualquer governo.
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